Na receita milenar do iogurte artesanal grego, o leite fermentado é obtido pela remoção parcial do soro. Noventa e cinco por cento produzido com leite integral de ovelhas. Potes de cerâmica absorvem um pouco do soro e deixam o iogurte mais denso e saboroso. É um alimento vivo, que não estraga e não precisa de conservantes.
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Entenda a diferença
Para fabricação do iogurte grego tradicional como na Grécia, é preciso leite, um pouco do iogurte do dia anterior e nada mais. Na forma artesanal, como boa parte do soro vai embora, o produto final ganha uma consistência firme, com mais proteína e gordura.
Na indústria, o iogurte grego é produzido com adição de proteínas e espessantes para ter mais densidade com menor custo. O aditivos estão escondidos atrás de outros nomes nos rótulos: concentrado proteico de leite, proteína concentrada do soro de leite, leite em pó, amido modificado, goma xantana, goma guar e até gelatina.
Com a adição desses ingredientes, alguns iogurtes gregos de marcas fabricantes brasileiras acabam tendo mais gordura que o tradicional, mais açúcares ou adoçantes e, por isso, serem muito calóricos.
Seu teor de gordura, por exemplo, pode variar de zero a 7,5% e o de proteínas vai de 3,6% (igual ao do iogurte tradicional) a 7%. Enquanto a versão natural contém cerca de 5 g de carboidrato, o iogurte grego possui 15 g. “Isso explica porque o iogurte grego só é comercializado em embalagens de 100 g, para que os valores nutricionais não assustem o público”, afirma a nutricionista diretora da Nutri4Life Consultoria em Nutrição, Lenycia Neri.
Origem do falso amigo
Segundo o colunista da revista Veja, Duda Teixeira, o iogurte grego ganhou fama mundial após ser vendido nos Estados Unidos por pela empresa grega Fage, nos anos 1990. No entanto, a origem da receita é da região dos Bálcãs, que vai da Bulgária até a Turquia, mas não se fala em iogurte búlgaro ou iogurte turco.
“A palavra “grego” na embalagem, sem dúvida, é a que ajuda a vender mais. Muitos consumidores a associam com a dieta mediterrânea, de baixo colesterol, e com hábitos saudáveis”, complementa o colunista. Não se engane.
