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Obras-primas de Carol Pohlmann

Graças a curiosidade de Carolina Pohlmann Baptista, o bairro do Horto, no Rio de Janeiro, ganhou uma Pâtisserie, a “La Fourmi”, digna da via mais famosa de Paris, a Champs-Élysées. Carol Pohlmann – como assina suas obras-primas – descobriu sua paixão por cozinhar quase sem querer, por pura curiosidade de moleca, quando ainda era jovem e estudava Hotelaria em Boston, nos Estados Unidos.

“Eu tinha convencido meus pais de que o ideal era terminar a faculdade fora do Brasil. Fui estudar no Newbure College, em Boston, e eles ofereciam para quem cursava Hotelaria a opção de frequentar as aulas de Gastronomia, mas foi só eu pisar na cozinha da escola de culinária que mudei de ideia e convenci todo mundo de que ia virar cozinheira”, conta.

Carol nunca tinha cozinhado antes, mas, de repente, passou a considerar-se capaz de impressionar na cozinha como sua avó fazia em suas lembranças. “Em casa sempre se comeu muito bem, a minha avó era uma cozinheira de mão cheia, mas quando nova eu só comia. Hoje, guardo o caderno de receitas dela – lindo e escrito à mão – como uma relíquia”, relembra.

A experiência nos Estados Unidos serviu para amadurecer e ensinar a jovem cozinheira, mas é a Paris que os frequentadores do “La Fourmi” devem os deliciosos doces. “Paris é o sonho de todo cozinheiro. Mas fazer doces, tortas e pães é uma das coisas mais complicadas na gastronomia, eu precisava de um treinamento específico”, explica.

Sua especialização aconteceu na parisiense École Lenôtre, graças ao convite que recebeu do próprio diretor da escola.“Depois de formada em Boston voltei ao Brasil e consegui uma vaga na cozinha do Sofitel do Rio de Janeiro, trabalhando na pâtisserie, coordenada pelo chef Rolland Villard e pela chef que na época era a Béatrice Dupasquier. Num dos eventos internacionais organizados pelo Hotel, tive a oportunidade de conhecer um chef incrível, o Phillipe Gobet, que era diretor da École Lenôtre.

Ele me convidou para passar um período lá e acabei ficando um pouquinho além do planejado. Fiz especialização em chocolates, pães e doces, e também em charcuterie, que não tinha nada a ver com a minha área, mas o chef me convenceu que nenhum cozinheiro que se preze podia ir estudar em Paris e voltar sem aprender a fazer as tradicionais terrines, patês e embutidos”, conta.

Embora o Brasil tenha uma realidade gastronômica muito diferente dos outros países, pois os grandes chefes ainda são, em grande maioria, estrangeiros, Carol, aos 32 anos, investe em seu sonho e em fazer aquilo que gosta. Sua marca começou tímida, em casa, vendendo para amigos e revendendo em algumas lojas, mas hoje já tem endereço, cor e cheiro. Fica na rua Marquês de Sabará, n° 10, no bairro do Horto.

A fachada da Pâtisserie é toda rosa e o cheirinho no ar é uma mistura do doce açúcar com a farinha e o fermento de suas madelines. “A rotina da Pâtisserie ainda está sendo construída. Abrimos de terça à domingo, das 12h às 20h, por enquanto. Também não temos um cardápio fixo, o diferencial está em ter opções sempre fresquinhas, feitas naquele dia”, conta. E sobre a clientela, Carol ainda não sabe se está maior, mas diz que a vizinhança está vindo – e está voltando – o que para ela já é um começo!

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