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Arquitetura e gastronomia

A gastronomia vai muito além do sabor. A apresentação de um prato deve ser sempre acompanhada de capricho, técnica e criatividade. Os chefs sabem disso e vêm dando um toque arquitetônico para temperar os pratos. Delícias para se comer com os olhos, sem deixar fora o sabor, claro!

“A montagem do prato já é uma arquitetura. Desde o início do processo você precisa montar uma boa base. E, assim como um edifício, vai retocando, pintando até finalizar para que fique o mais bonito possível”, diz Diogo Silveira, chef do Pomodori, em São Paulo.

E quando a obra está pronta, o momento da contemplação é sagrado.

“As pessoas começaram a ligar mais para a alimentação não só para suprir a necessidade de comer, mas sim de ter um momento de apreciar o prato pela beleza, a mistura de cores, contraste. Virou uma brincadeira, virou arte!”, defende Ricardo Di Camargo, do restaurante Serafina, também em São Paulo.

Di Camargo, que fala onde busca inspiração para montar a arquitetura dentro de seus pratos. Quando tem uma ideia, Di Camargo recorre ao som único de Tom Jobim ou a um amigo pianista que toque o repertório do maestro para executá-la. Ele já fez pratos inspirados no emblemático Edifício Copan e uma sobremesa da Torre Eiffel.

“A gente busca no dia a dia, na cultura que a gente vai conhecendo, é uma coisa que acontece como quando alguém vai criar um quadro, é na hora, meio que imediato. Tem hora que do nada eu fico inspirado, quero reproduzir, mas eu leio muito sobre gastronomia, arte e música”.

E há mais coisas entre o a gastronomia e a arquitetura do que você possa imaginar.
“A arquitetura não vem somente da cabeça. Eu estudo um pouco do básico da arquitetura e tento buscar conhecer cada vez mais as técnicas que usamos dentro da gastronomia, como a italiana que é a raiz e a partir dela veio a francesa que desenvolveu muitas técnicas, e busco também artistas bacanas que eu gosto, como Renoir, Van Gogh, porque nós temos que ter a beleza, uma fachada bonita”, conta Silveira, lembrando que leva muito tempo até que o projeto final chegue à mesa. “Eu já monto o prato pensando no que o cliente vai experimentar primeiro, e para isso preciso fazer muitas pesquisas, tenho que conhecer muito sobre etiqueta, saber a posição de cada ingrediente, não é tão simples”.

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